terça-feira, abril 10, 2007

Transcender a cronologia

O TEXTO ABAIXO É BASEADO EM OUTROS ARTIGOS DE MINHA AUTORIA.

No decorrer dos anos, as diferentes escolas artísticas construíram de maneira linear um novo jeito de se contar o mundo. A arte criou, a arte construiu e a arte imitou. Artistas e autores especializaram-se em categorias, criaram clássicos que encantam pessoas através dos anos. Mundos foram idealizados, personagens imaginados, cenários registrados, manifestações imortalizadas e dessa maneira, uma legião de sonhadores vivenciaram e transmitiram suas emoções às gerações seguintes. Filhos passaram aos netos e assim por diante.
O artista, na acepção da palavra, é um cidadão do mundo, um homem de seu tempo, mas, com a capacidade inata de transcender a cronologia. Para tanto, sua obra deve ser exposta, exibida, mostrada ao mundo em sua forma mais singular, como arte. Mas, a inquietude e o medo impostos em cada ciclo de gerações construíram barreiras das mais complicadas aos artistas e estas tiveram que ser superadas uma a uma ao longo da história.
No Brasil, nos tempos da caloria ditatorial, as pessoas cantavam "Aqui na terra estão jogando o futebol..." e continuam, pois o que mais interessa ao jovem de hoje é o placar reluzente informando a vitória do time de coração e a metáfora embutida na letra de nosso caro amigo Chico perdeu-se. Isso ocorre, pois é passado o tempo da indignação. A revolta resultante da censura não existe mais. Estudantes não vão mais às ruas apoiar o que acham correto, tampouco de caras pintadas pedindo explicações. Os tempos são outros. Estamos na era individual, onde os rebeldes não têm mais lugar em nossa sociedade. Mas, a obra de arte, a letra que foi cantada por toda uma geração permanece presente nos dias de hoje e, provavelmente, permanecerá para os próximos que ainda virão.
Não importa o caminho, o material, a construção, o tempo que levou para ser concluída, arte é expressão e toda expressão que consegue transpor os limites do cenário o qual ela foi concebida, ultrapassa também as linhas do tempo e finca um marco no calendário presente para ser consultada num futuro qualquer. Poesia, pintura, música, literatura, dança, escultura e todas as outras formas que o vocábulo arte permite expressar-se colocam o autor em sua evidência particular para uma evidência histórica à posteriori.
A história pessoal de cada um pode ser contada também pela arte que consumiu ao longo de sua vida. O ser humano, ao deixar o mundo, terá consigo uma seqüência de obras vistas e vividas diferente de todas as outras pessoas.
Único.

quinta-feira, abril 05, 2007

Se a matemática explicasse...

A falta de um parâmetro específico de mensuração faz do homem um ser conflitante e com isso suas idéias e anseios são movidos pela emoção ou pela razão. Aqueles que, supostamente, agem sem interferência externa, usando apenas sua lógica própria de escolha, são pessoas privilegiadas.
Em um mundo onde os quesitos e parâmetros aceitos são ditados por poucos, o homem com seu eterno dilema que o leva sempre a buscar algo, muitas vezes inacessível, sofre e se desgasta como indivíduo.
Agora pergunto: Onde fica a evolução nesse caso?
Do outro lado do espelho onde a razão se enxerga, a imagem da emoção se distorce e pede para ser aceita. Viver um mundo concreto, analisando os fatos de maneira específica e matemática, criticar e calcular as possibilidades encontradas sem ao menos cogitar a possibilidade do risco não é inerente à maioria dos seres humanos. O homem sente, busca, quer, deseja, sonha. Vive a própria emoção de maneira intensa. Luta contra fortes e fracos. Luta contra si mesmo. A épica batalha da razão x emoção não tem data marcada para terminar pois isso não vai ocorrer. A interpretação dos valores é movida por essas duas constantes que sempre existirão dentro de cada um.