terça-feira, junho 19, 2007

COMBATER A CORRUPÇÃO

A corrupção generalizada, que abrange os diversos segmentos do Estado brasileiro e as mais variadas atividades políticas e econômicas do país, tomou proporções endêmicas que nem o mais pessimista dos diagnósticos é capaz de mensurar. O conhecimento público que se fez por parte da mídia mostrou-se insuficientemente reprovador, visto as novas denúncias vindas do senado federal.
A falta de uma punição exemplar elevou o país a um novo patamar – o Brasil da impunidade. A própria indiferença da população para com o tema reafirma a coragem dos novos atos. Escândalos, fraudes, dossiês, propinas, barganhas, acordos, lobbys e novas acusações todos os dias serão apresentadas a uma sociedade incrédula com o sistema. A previsão não é uma façanha, é uma triste constatação de algo linear que acompanha o país há muitos anos. Manchetes em capas, chamadas em noticiários, repetições daquilo que nunca foi novidade nesse país. Corrupção costurada na carne, esmiuçada a exaustão, mas sem solução prática. Culpa da falta de punição, culpa da falta de vergonha na cara de políticos que prometeram trabalhar para a população e depois de eleitos fazem de tudo para sugar em benefício próprio as verbas e o dinheiro da sociedade.
Estamos em um ano ímpar. Isso significa que este é um ano sem eleições. Vale lembrar que a maioria das promessas feitas nas campanhas anteriores não foram cumpridas. Vale lembrar que muitos dos eleitos nas eleições anteriores estão novamente envolvidos em escândalos. Vale lembrar que no próximo ano teremos eleições. Esperemos pelas próximas promessas e pelas próximas mentiras faladas em palanques.
O que precisa ser feito para ao menos amenizar a corrupção em território nacional? Aumentar a fiscalização? Investir pesado em educação para que a população vote de forma mais consciente? Ou será que o problema é tão complexo que faz da solução uma utopia inatingível?
A corrupção não é um problema genético. A corrupção está intrinsecamente ligada a um dos mais desprezíveis qualificativos que a raça humana pode ser qualificada, a ganância. Os políticos com salários dezenas de vezes maiores que o mínimo distribuído a grande parte da população brasileira, ludibriam seus eleitores com seus acordos escusos e covardes. Saqueiam o patrimônio nacional utilizando para isso seus cargos que foram delegados pelo povo. Tiram da população para si próprios.
Nosso sistema não consegue impedir aqueles que ganham tirando do outro. Trocando em miúdos, não somos capazes de punir nossos principais ladrões. As falcatruas premeditadas são constantes que a sociedade convive diariamente sem ao menos se dar conta do prejuízo que isso causa para todos. As leis penais brasileiras não são suficientes para dar cabo desse mal. Uma ação efetiva do Estado pela transparência na administração pública e privada em todo o território passou da hora de acontecer. Combater a corrupção é reafirmar a democracia. Exemplos punitivos seriam manchetes melhores e com certeza mais absorvidas pela população. Ficam aqui os votos de que uma máxima popular seja cumprida antes das próximas eleições – "antes tarde do que nunca", mas que algo seja feito.