terça-feira, dezembro 18, 2007

Sorte e feliz natal

Dias contados em calendários ansiosos pelo término do ano. Semanas festivas onde o consumo soterra os verdadeiros motivos das celebrações natalinas. Shoppings centers lotados, comércio esperançoso por bons resultados. O ciclo terminará no mesmo local onde começou. Janeiro logo deixará 2007 no passado e assim, mais um ano chegará com expectativas repetidas.
O que desejar para o ano de 2008? Paz, saúde, dinheiro, amor, felicidade. Crescimento sustentável, economia forte, menos corrupção, menos desigualdades, mais atitudes positivas. Verão com sol, início da temporada de futebol, carnaval na praia, menos enchentes. Desejar o óbvio, todos os anos, é isso o que fazemos.
Assistimos nesse ano, pela primeira vez, uma derrota substancial do governo Lula que perdeu a batalha pela prorrogação da CPMF. Vemos, ainda longe, um início de rearticulação da oposição. O governo que até esse momento não havia encontrado barreiras aos seus anseios, terá no ano que se aproxima que modificar alguns de seus planos iniciais. Basta saber o quanto o povo brasileiro pagará por tais modificações.
Outro ponto importante já agendado para o ano que ainda não nasceu são as eleições municipais. As boatarias partidárias já são ouvidas e com elas, podemos esperar pelas tão marcadas promessas. Mas esse assunto não é importante, pois é tempo de natal e nessa data estamos mais preocupados com os presentes que daremos aos nossos amigos secretos que as mazelas políticas que virão à tona independentemente do que aconteça.
O ano de 2007 ficará marcado de maneiras muito diferentes. Assistimos a derrota apertada de Hugo Chávez no referendo pela reforma constitucional na Venezuela. O Brasil inteiro ficou em alerta depois do pior acidente aéreo da história da aviação nacional. Renan Calheiros renunciou ao senado depois de inúmeras acusações. Medalhas que antes não tínhamos apareceram no Pan do Rio. O Corinthians em uma ano ruim foi rebaixado à série B. A pirataria lançou às alturas a divulgação do filme mais polêmico produzido no Brasil – Tropa de Elite. Entre essas, inúmeras notícias, boas e ruins, estamparam as capas de nossos jornais e serão revividas nas retrospectivas de final de ano. Mais um ano de vida para muitos e um ponto final na de tantos.
O que de fato vale a pena ser desejado aos brasileiros para o próximo ano? Sorte, em minha opinião. Sorte àqueles que utilizam o SUS, sorte àqueles que desejam um emprego, sorte a todos de boa fé que se candidatarão às próximas eleições, sorte na hora de apertar o botão e escolher um governante, sorte.
Que 2007 se encerre com dias felizes e que 2008 nasça com vibrações renovadoras. Um Feliz Natal para todos são os votos mais sinceros que podemos desejar nessa época e pedir por um bom ano não é pecado algum.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Reforma necessária???


Em um país carente por reformas eficazes que possam interferir positivamente no cotidiano da população é de se espantar a total falta de critérios utilizada pelos governantes. Uma coisa que de fato funciona no Brasil é o processo eleitoral e, pasmem, é exatamente nisso que pretendem mexer.
A Subcomissão Especial de Segurança do Voto Eletrônico, da Câmara dos Deputados, chegou à “brilhante” conclusão que o processo eleitoral brasileiro precisa de mudanças. Entre as modificações propostas pela subcomissão podemos destacar a adoção de voto impresso para conferir com aquilo que foi votado eletronicamente, título de eleitor com fotografia e voto em trânsito.
No Brasil, depois de muita propaganda e testes, o voto eletrônico foi adotado com abrangência quase que total. O resultado da eleição é conhecido, muitas vezes, no próprio dia e a população aprendeu o mecanismo. Agora, deputados rotulados como especiais, acreditam que alterando alguns pontos, o processo ficará melhor.
Com uma infinidade de emendas constitucionais para votação, com inúmeros processos em espera na câmara, a bola da vez é imprimir o voto para conferência, alegando que dessa maneira existirá maior transparência no procedimento eleitoral. As perguntas que ficam são: Qual a transparência que existe nos votos secretos da câmara? Porque mexer em uma coisa que está dando certo sem a certeza de que ficará melhor?
Com um novo ano eleitoral se aproximando, notícias que façam o nome ficar em evidência são mais que bem-vindas, por essa razão, trabalhar naquilo que não é preciso torna-se um caminho fácil para a exposição na mídia. Novas promessas virão e as votações mais urgentes ficarão novamente encostadas e, a cada mandato, as verdadeiras mudanças na legislação, necessárias para um país melhor, continuarão na gaveta.