terça-feira, setembro 12, 2006

Corrupto é bandido e ponto.

Quanta bobagem será que eu agüento escutar sem gritar? Boa pergunta. Não estou muito certo da resposta, mas sinto que estou próximo de explodir.
Assisto a TV e fico perplexo. Sem falar na vontade de morrer toda vez que leio os jornais. As coisas que vejo e leio não podem ser reais. Os canalhas que tanto mal fizeram ao país não podem ser tão maldosos a ponto de novamente disputarem uma eleição para outra vez enganar o povo. Pesquisas me mostram que meu voto de nada adiantará, pois o futuro já está escrito. Quatro anos mais dessa pouca vergonha teremos que engolir. O problema está no didatismo. Explico. O brasileiro não está acostumado com interpretações de textos, leva tempo, é complicado. Os termos muitas vezes não são usuais e muitas das verdades ditas não são assimiladas. É preciso ser mais prático, ou melhor, mais didático. Senão, corre-se o risco de acontecer o que parece inevitável – a reeleição desse presidente e desses gatunos que querem voltar à política nacional.
Pingo por pingo em todos os “is” precisam ser postos. Caixa dois não é linguagem que se usa para ser entendido, assim fica difícil, mas fazer o quê? Sanguessuga e mensalão já encheram tanto que está mais do que passada a hora de virarem nomes de músicas de funk. Virou chacota. Dólar na cueca e paraíso fiscal são fictícios que não mostram nada. O povo reconhece melhor se a expressão bem brasileira “meteu a mão” for usada. Corrupto é ladrão. Foi cassado, pois fez o que não devia, enganou a população.
É impressionante o tamanho da exposição que esse lamaçal teve e de nada teve efeito. De que valeram os quilômetros de linhas escritas e as várias horas de imagens exibidas se o cenário atual nos mostra que o partido dos trambiqueiros leva essa enorme vantagem sobre todos os demais partidos somados. É por isso que proponho uma campanha de elucidação do ocorrido. Musiquetas e frases de votem não de nada adiantarão. O que precisa ser feito é o seguinte: cada qual com seu crime deveria ser relacionado e os “assaltos” contra a população devem ser todos explicados, sem textos difíceis e sem nomenclaturas técnicas. Fica bem mais fácil se for feito assim: deputado X roubou dinheiro público, deputado Y mentiu e se aproveitou de seu cargo para tirar proveito, ministro Z ficou rico às nossas custas e o Presidente L sabia de tudo sim e nada fez.
Não podemos nos esquecer que nem tudo foi mostrado. O que foi dito até agora foi apenas o denunciado e apurado pelas comissões, que, aliás, são compostas por membros dos partidos envolvidos. Observamos calados as notícias do pífio crescimento que nossa economia teve e assistimos passivos o repasse de nossos impostos a juros bancários, o que impede o desenvolvimento das áreas que mais necessitam de força em nosso país, tais como, saúde, educação e infra-estrutura.
O poder que o povo concede a um partido que oferecia a esperança ao mais fraco faz com que o pobre dia a dia se torne mais dependente e escravo desse sistema que alimenta apenas suas ramificações. Enganar o povo foi mais fácil do que era previsto, pois a receita era óbvia demais e o sucesso foi implementá-la aos poucos. Oferecer o mínimo aos que nada têm foi o caminho para o poder. Agora com a máquina em mãos, a perpetuação fica muito mais fácil.

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