quinta-feira, julho 13, 2006

VIVENDO UMA VIDA DE LIVROS

O homem é a única espécie capaz de contar histórias e muitas delas transformam gerações. A criança se encanta com um conto de fadas, os adolescentes descobrem os romances e por eles traçam uma verdadeira paixão que os acompanha até o fim de seus dias. A literatura tem esse poder: provocar paixões no leitor.
No decorrer dos anos, as diferentes escolas literárias construíram de maneira linear um novo jeito de se contar o mundo. Autores especializaram-se em categorias, criando clássicos que encantam pessoas através dos anos. Mundos foram idealizados, personagens imaginados e com eles uma legião de sonhadores transmitiram suas emoções aos seus filhos que passaram aos netos e assim por diante.
Quantos pais não devem ter indicado aos seus filhos as mágicas histórias de Pedrinho, Narizinho, Emília e toda a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo de Monteiro Lobato, os mesmos personagens que os fizeram rir, se emocionar, e até mesmo aprender sobre história, geografia, mitologia, gramática e matemática em sua infância?
Quem um dia leu Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, provavelmente se imaginou tão pequeno quanto um ratinho para poder transpassar pela portinha que dava acesso a um mundo mágico.
Infinitas páginas propostas aos adolescentes por seus professores foram devoradas prazerosamente acompanhando os romances, as tragédias e as aventuras. As meninas se apaixonavam junto com Capitu em Dom Casmurro de Machado de Assis e os rapazes eram heróis como Peri, o Guarani de José de Alencar.
Numa época na qual, computadores e videogames predominam na preferência da garotada, surgem histórias recheadas de magia e fazem as crianças retomarem o gosto pela leitura. Na distante ilha da Grã Bretanha, mais precisamente na Escola de magia e bruxaria de Hogwarts, o bruxinho Harry Potter, na companhia de seus inseparáveis amigos, trava novamente uma batalha do bem contra o mal, que leva os “novos leitores” a mergulhar no mundo da escritora J.K. Rowling.
Felizmente, uma vez adquirido, o gosto pela leitura é para sempre. O bom leitor, apesar de ter suas preferências, tem o hábito de apreciar diferentes gêneros. Vai do terror de Edgar Allan Poe ao humor de Manuel de Almeida e seu Sargento de Milícias. Lê do clássico Thomas Mann aos best-sellers de Sidney Sheldon. É fã da prosa de Eça de Queiroz, mas não descarta a poesia de Fernando Pessoa. O prazer de novas descobertas ultrapassa os limites territoriais. Não existe discriminação quanto à nacionalidade do autor.
Não há maneira melhor de transmitir emoção do que por meio de uma história. São elas que carregam a magia de construir a felicidade dentro de cada um. Cada livro lido nos muda de determinada forma e cada um deles é diferente do outro, desde a essência até a transformação final que acarretará em cada leitor. A história pessoal de cada um pode ser contada também pelos livros que leu durante a sua vida toda. O ser humano ao deixar a vida terá consigo uma seqüência de livros lidos diferente de todas as outras pessoas. E isso, acredite, é Único.

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